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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Para ONU, Goiânia é a mais desigual da América Latina

Goiânia é a cidade com maior concentração de renda na América Latina e no Caribe, entre 19 cidades de grande e médio porte citadas no relatório Estado Mundial das Cidades 2008/2009. O estudo foi divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e revelou as disparidades sociais nas cidades latino-americanas e caribenhas a partir do critério da renda. Nenhuma cidade analisada tem tantas diferenças entre ricos e pobres quanto Goiânia.

A análise da distribuição da renda foi feita a partir do Índice de Gini, um coeficiente muito utilizado pelos economistas para mensurar as diferenças entre ricos e pobres.Conforme os critérios da ONU, coeficientes acima de 0,4 superam a chamada linha internacional de perigo. Goiânia tem um índice de 0,65.

No Brasil, os técnicos da ONU-Habitat analisaram sete grandes cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Brasília e Goiânia. Mesmo sendo um dos menores centros urbanos do universo pesquisado, a capital goiana se revelou concentradora de renda, seguida de perto por Brasília.

Segundo o relatório, Goiânia, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo e Bogotá, na Colômbia, são as que apresentam maior concentração de renda na América Latina. “O índice de Gini é considerado extremamente elevado para os padrões internacionais”, conclui o relatório.

O coeficiente não aponta necessariamente pobreza, mas má distribuição da renda. A riqueza produzida em Goiânia – ancorada no agronegócio e no setor de serviços – está concentrada em uma minoria de famílias. Em países africanos extremamente pobres, o índice é baixo, por uma razão simples: não há renda para ficar concentrada.

Em Goiás, depois de quedas sucessivas da concentração de renda, a distribuição voltou a ficar mais desigual a partir de 2004, como mostra levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice de Gini era de 0,552 em 2001 e chegou a cair para 0,514 em 2003. Em 2004 já foi maior e, no ano seguinte, atingiu 0,54. Em todo o País, ao contrário, o coeficiente caiu nesses cinco anos.

O que ocorre em Goiânia é uma realidade generalizada nos maiores centros urbanos brasileiros. O relatório aponta que metade da população mundial já vive nas cidades e, até 2040, o índice pode chegar a 70%. No Brasil, os índices de urbanização são maiores e, por isso, a distribuição de renda passa necessariamente por políticas voltadas a esses grandes núcleos urbanos.
“Essa desigualdade existe porque as políticas públicas priorizam as zonas de maior riqueza nas cidades. Os orçamentos públicos e privados apóiam essas áreas, onde a tendência é que cheguem mais investimentos”, disse ao POPULAR Cecília Martinez, diretora do escritório regional para América Latina e Caribe da ONU-Habitat. Segundo Cecília, faltam “planejamento ordenado” e “políticas claras” para impulsionar o desenvolvimento de áreas mais pobres e periféricas.

Para ela, a proximidade entre Brasília e Goiânia – as duas cidades com maior concentração de renda na América Latina, dentre os 19 municípios pesquisados – interfere na distribuição da renda. “As cidades não estão ilhadas, e deve haver um trabalho conjunto das prefeituras. Se os serviços de educação, moradia e saneamento básico não chegarem, áreas pobres continuarão pobres.”

Salário ruim é um dos agravantes

A concentração de renda em Goiânia, apontada no relatório anual do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), tem uma explicação: os baixos salários pagos em diferentes setores da economia, principalmente nas áreas ligadas ao agronegócio, e a baixa qualificação da mão-de-obra empregada no setor de serviços. É o que aponta o economista e doutor em Sociologia Cleito Pereira dos Santos, professor do Centro Federal de Ensino Tecnológico de Goiás (Cefet-GO). “Em todo o Estado, a economia ainda é pautada pela agricultura, que paga baixos salários”, diz o professor.

Em 2005, quando o Índice de Gini em Goiás era de 0,54 – o coeficiente mede a concentração de renda –, o rendimento médio das pessoas ocupadas era de 745 reais. Cleito Pereira diz que, para a composição do índice em Goiânia, faz a diferença a existência de um “setor muito rico da sociedade”, em contrapartida a uma “grande massa que recebe baixos salários”.
Qualificação

Em relação ao interior do Estado, a capital tem uma maior parcela da população com formação superior. Mas, segundo Cleito Pereira, a qualificação da mão-de-obra ainda está aquém das exigências do mercado de trabalho. “A população de baixa escolaridade está recebendo menos.”
A diretora do escritório regional da ONU-Habitat para a América Latina e o Caribe, Cecília Martinez, conclui que “os recursos existem, mas estão concentrados e mal distribuídos”.
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fonte: jornal O popular

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

QUALQUER SEMELHANÇA COM GOIÂNIA SERÁ MERA COINCIDÊNCIA....
SÓ FALTA SABER AGORA QUEM FICOU COM AS BARRINHAS .....
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK